Para evitar a falência e garantir sua sobrevivência, a empresa implementou uma série de medidas de austeridade, priorizando o desenvolvimento tecnológico de suas motos e a manutenção da competitividade no mercado global.
O diretor-esportivo da KTM, Pit Beirer, confirmou que cortes significativos foram realizados nas atividades esportivas da marca. “Reduzimos nosso programa global para apenas 12 pilotos, o que resultou na dissolução de equipes, perda de empregos e até mesmo na eliminação de caminhões e materiais de apoio. Cada decisão foi dolorosa, mas necessária”, afirmou Beirer.
Uma das áreas mais afetadas foi o off-road, onde a empresa reduziu sua presença em competições patrocinadas. Programas que envolviam as marcas GasGas e Husqvarna, pertencentes ao grupo Pierer Mobility, foram os mais atingidos, enquanto a marca KTM foi preservada na maior parte das atividades.
Apesar das dificuldades, a KTM reafirmou sua intenção de permanecer na MotoGP e em outras categorias principais, graças à colaboração de parceiros e patrocinadores. Beirer destacou o papel crucial dos apoiadores durante a crise: “Nossos parceiros nos ajudaram a atravessar esse momento difícil. Foi um gesto de solidariedade que reforçou a nossa relação de décadas.”
Para otimizar os recursos, a empresa criou um plano com 100 medidas voltadas para a redução de custos. Entre as ações implementadas estão a substituição de quartos individuais por duplos em hospedagens, a redução de equipes e o compartilhamento de recursos logísticos.
A prioridade da KTM, segundo Beirer, é assegurar o desenvolvimento contínuo das motocicletas, considerado essencial para sustentar o sucesso da marca. “Nosso foco é construir motos competitivas para as corridas e nossos clientes. Por isso, grande parte do orçamento vai para o desenvolvimento das motocicletas”, ressaltou.
Em meio às dificuldades, a KTM também busca alternativas de investimento. O piloto de Fórmula 1, Lewis Hamilton, demonstrou interesse em formar uma equipe na MotoGP e iniciou conversas com a marca austríaca. Embora promissoras, as negociações enfrentam desafios devido a compromissos de patrocínio existentes.
Com um prazo de 90 dias para apresentar um plano de reorganização aos credores, a KTM trabalha para evitar a falência total. O CEO da empresa, Stefan Pierer, destacou a importância de superar a crise: “Estamos comprometidos em manter o legado da KTM e garantir sua continuidade no mercado.”
A situação da KTM é um exemplo claro dos desafios enfrentados por grandes empresas no mercado global, evidenciando a necessidade de gestão eficiente e flexibilidade para superar adversidades econômicas.
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