O brasileiro Lucas Moraes, um dos grandes nomes da categoria de carros no Rally Dakar 2025, optou por ceder a liderança no primeiro dia da competição, disputado em Bisha, na Arábia Saudita. O piloto, que vinha liderando boa parte dos 412 km da especial inicial, finalizou a etapa em oitavo lugar, seguindo uma estratégia definida por sua equipe, a Toyota. A vitória do dia ficou com o americano Seth Quintero, que teve tempo descontado após auxiliar a competidora Laia Sanz.
A decisão de não cruzar a linha de chegada em primeiro lugar foi motivada pela chegada da etapa maratona, prevista para os dias seguintes. A etapa de 48 horas, conhecida por ser uma das mais desafiadoras do Dakar, impõe condições extremas aos competidores, que não podem contar com suporte mecânico ou comunicação direta com suas equipes durante o trajeto. Apenas equipamentos básicos para descanso estão à disposição.
“Fazer isso me deu até calafrios, porque sabíamos que estávamos indo muito bem, num ritmo competitivo e em condições de lutar pela vitória hoje. Mas combinamos que, ao ultrapassarmos vários carros, pararíamos antes de cruzar a chegada para não terminar em primeiro. A estratégia foi definida pela equipe, e acredito que foi a melhor decisão para este momento. Mesmo sendo algo que um piloto não gosta de fazer, faz parte do jogo no Dakar”, explicou Lucas.
Largar em uma posição intermediária na etapa maratona é considerado um diferencial estratégico importante. Segundo Moraes, quem inicia o dia na frente precisa desbravar o caminho sem nenhuma referência, apenas com a ajuda da planilha de navegação, aumentando os riscos de erros em condições extremas no deserto.
“Quem larga na frente acaba assumindo mais riscos. Aqui no deserto, não há estradas definidas, é tudo via planilha. Qualquer erro pode custar caro, especialmente em uma etapa longa como essa, que percorrerá quase 1.000 km. Por isso, é melhor largar entre os 15 primeiros, onde você tem algumas referências à frente. Essa orientação da equipe foi crucial”, destacou o piloto.
Outros grandes nomes da competição seguiram uma estratégia semelhante. O espanhol Carlos Sainz fechou a etapa em sétimo lugar, enquanto o campeão Nasser Al-Attiyah e o francês Sébastien Loeb optaram por largar fora do top 15 para evitar dificuldades maiores na navegação inicial da etapa maratona.
Com a chegada da etapa de dois dias, que inclui uma pausa noturna com recursos limitados, o Rally Dakar 2025 promete ser ainda mais desafiador. Os pilotos não contarão com a assistência técnica de suas equipes e precisarão confiar em suas próprias habilidades para enfrentar o percurso extremo.
Lucas Moraes, que se destacou no Dakar de 2023 ao conquistar o terceiro lugar geral — o melhor resultado de um estreante brasileiro na história da competição —, chega preparado para enfrentar mais este desafio. Com um misto de experiência e estratégia, ele busca consolidar sua posição entre os principais pilotos da modalidade e conquistar mais um grande resultado na competição.
O Rally Dakar segue em ritmo acelerado e reserva muitas emoções até o dia 17 de janeiro, quando serão definidos os campeões da edição 2025.
Comentários: