O Brasil perdeu neste domingo (19) uma de suas figuras mais emblemáticas do jornalismo esportivo. Léo Batista, que completou 92 anos em julho, faleceu no Rio de Janeiro em decorrência de um tumor no pâncreas. Internado desde o dia 6 de janeiro, ele deixa uma história de dedicação e amor à comunicação.
Nascido em Cordeirópolis, interior de São Paulo, em 22 de julho de 1932, Léo Batista iniciou sua carreira no final da década de 1940 no rádio, atuando como locutor na Rádio Clube de Birigui e na Rádio Difusora de Piracicaba. Naquela época, já se destacava na cobertura esportiva, acompanhando partidas do XV de Piracicaba.
Em 1950, Léo participou da cobertura da Copa do Mundo no Brasil, evento que consolidou sua paixão pelo jornalismo esportivo. Dois anos depois, ingressou na Rádio Globo, no Rio de Janeiro, onde adotou o nome artístico que o acompanharia por toda a vida. Ali, destacou-se como locutor do programa “O Globo no Ar” e cobriu fatos históricos, como o suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 1954.
Sua transição para a televisão ocorreu em 1955, quando passou a apresentar o “Telejornal Pirelli” na TV Rio, cargo que ocupou por 13 anos. Em 1970, integrou a equipe da TV Globo como freelancer na cobertura da Copa do Mundo no México e, posteriormente, foi contratado como apresentador e comentarista. Entre suas contribuições mais notáveis está a criação do “Globo Esporte”, lançado em 1978, do qual foi o primeiro apresentador.
Léo também marcou presença em programas como “Jornal Hoje”, “Esporte Espetacular”, “Globo Rural” e, por mais de duas décadas, foi a voz por trás dos “gols da rodada” no “Fantástico”. Sua habilidade em comunicar fatos esportivos de maneira leve e acessível o tornou querido por gerações de telespectadores.
Um dos momentos mais marcantes de sua carreira ocorreu em 1994, quando Léo Batista foi responsável por noticiar ao vivo, durante o plantão esportivo da TV Globo, a morte do piloto Ayrton Senna. A cobertura do trágico acidente no GP de San Marino ficou gravada na memória do público e reforçou a habilidade do jornalista em lidar com situações de extrema gravidade e emoção.
Mesmo após completar 90 anos, Léo Batista continuava ativo na TV Globo, realizando participações pontuais no “Globo Esporte” e em edições comemorativas, como os 50 anos do “Fantástico”. Em outubro de 2024, fez uma rara aparição pública no velório do colega Cid Moreira, com quem dividiu por anos os microfones e a bancada do “Jornal Nacional”.
O carisma, a leveza e o profissionalismo de Léo Batista o transformaram em uma lenda da comunicação brasileira. Seu legado transcende as fronteiras do jornalismo esportivo, servindo de inspiração para gerações de comunicadores e admiradores. A história da televisão no Brasil jamais será a mesma sem ele, mas sua memória permanecerá viva no coração dos brasileiros.
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