Fernando Alonso não tem dúvidas: o futuro da Aston Martin na Fórmula 1 passa pelas mãos experientes de Adrian Newey. Em meio a um ano de desempenho aquém das expectativas, o bicampeão mundial manifestou total apoio à estratégia de concentrar esforços no desenvolvimento do carro para 2026, ano em que o regulamento técnico da categoria passará por uma grande reformulação.
“Se o Adrian acredita que a melhor decisão é focar no projeto de 2026, então é exatamente isso que devemos fazer”, afirmou Alonso em entrevista coletiva recente, durante o GP da China. “Ele tem experiência de sobra para saber onde colocar energia. Nós confiamos totalmente nele.”
Após anunciar sua saída da Red Bull, onde construiu uma trajetória lendária, Newey surpreendeu o paddock ao assinar com a Aston Martin em abril de 2025. Desde então, sua atuação tem sido voltada exclusivamente para o novo modelo que estreará junto ao regulamento que introduzirá carros mais leves, com aerodinâmica ativa e motores híbridos mais eficientes — uma mudança comparada por muitos à revolução de 2014, quando a era dos motores V6 turbo híbridos começou.
Ano difícil, mas otimismo no ar
A Aston Martin, que surpreendeu em 2023 ao ocupar a vice-liderança nos primeiros meses da temporada, enfrenta um 2025 desafiador. Atualmente, a equipe se encontra na disputa do pelotão intermediário, atrás de McLaren e Ferrari, e luta para manter-se entre os cinco primeiros do Mundial de Construtores.
Classificação atual — Mundial de Construtores (Top 5):
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Red Bull – 238 pontos
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Ferrari – 212 pontos
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McLaren – 178 pontos
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Mercedes – 146 pontos
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Aston Martin – 89 pontos
Apesar das dificuldades, Alonso garante que o moral na fábrica de Silverstone é elevado. “Temos novos recursos chegando. Nosso novo túnel de vento já está operacional, e isso muda tudo em relação ao desenvolvimento aerodinâmico”, destacou o espanhol, em referência a uma das mais importantes ferramentas para projetar carros de F1.
A construção do túnel de vento, concluída no final de 2024, era um dos principais objetivos do bilionário Lawrence Stroll, proprietário da equipe. A estrutura moderna promete maior independência técnica para a Aston Martin, que até então utilizava as instalações da Mercedes.
Outro fator que alimenta o otimismo é a parceria técnica com a Honda. A montadora japonesa, atualmente fornecedora da Red Bull e da RB, encerrará sua colaboração com as equipes austríacas no fim de 2025 para se dedicar exclusivamente à Aston Martin, em um projeto de unidade de potência totalmente alinhado com as novas exigências de combustíveis sustentáveis e maior potência elétrica.
Mudanças radicais em 2026
O novo regulamento previsto para 2026 trará conceitos inovadores, como aerodinâmica ativa — asas que se adaptam automaticamente conforme a necessidade —, e motores híbridos que utilizarão combustíveis 100% sustentáveis. O objetivo da FIA é tornar a F1 mais competitiva e ecológica, reduzindo também a diferença entre as equipes de ponta e o restante do grid.
Segundo reportagem da Autosport, Newey já estaria liderando uma célula técnica separada dentro da Aston Martin, dedicada apenas ao carro de 2026, buscando antecipar conceitos que possam dar à equipe uma vantagem no início da nova era.
“A evolução deste ano é importante, claro, mas é secundária diante do que virá”, explicou Alonso. “Estamos plantando agora o que vamos colher em 2026 e além.”
Confiança mútua
Newey, em entrevistas recentes, reforçou que escolheu a Aston Martin por acreditar na estrutura que Stroll está montando. “Há uma ambição clara e recursos para transformar essa equipe em uma força dominante”, declarou o projetista à revista Motorsport Magazine. “É um desafio empolgante.”
Alonso, conhecido por sua visão estratégica de carreira, aposta alto nesse novo ciclo: "Sinto que estamos construindo algo especial. A paciência é necessária, mas estou muito motivado."
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