Apesar de uma performance impressionante no Rallye du Maroc, onde conquistou os dois primeiros lugares, a equipe mantém cautela quanto às expectativas para o Dakar.
No Marrocos, a Dacia fez sua estreia competitiva com o modelo Sandrider, desenvolvido em parceria com a Prodrive. Os pilotos Nasser Al-Attiyah, cinco vezes vencedor do Dakar, e Sébastien Loeb, nove vezes campeão mundial de rali, garantiram a dobradinha, demonstrando o potencial do novo veículo. Cristina Gutiérrez, também integrante da equipe, utilizou componentes mais antigos para testes de durabilidade, concluindo o evento em 78º lugar na classificação geral.
Apesar desse início promissor, o diretor técnico da Dacia Sandriders, Philip Dunabin, adota uma postura realista em relação ao Dakar. "Não há uma presunção do lado da Dacia de que podemos entrar e vencer imediatamente", afirmou Dunabin. Ele enfatiza a importância de acumular experiência e garantir a confiabilidade necessária para completar a prova. "Esperamos ter velocidade, mas é preciso fazer um Dakar para ganhar experiência e assegurar que temos a confiabilidade que nos levará até o fim", acrescentou.
A equipe reconhece que, embora os resultados no Marrocos sejam encorajadores, ainda há desafios a serem superados. Dunabin mencionou que enfrentaram problemas, como questões de resfriamento, e que há "muito trabalho a fazer" antes do Dakar. O mecânico-chefe, Alistair Gibson, destacou a importância de enfrentar desafios durante os testes para preparar a equipe para situações semelhantes no Dakar. "Quando tivemos alguns pequenos desafios, como a equipe reage é um aprendizado muito bom para todos, porque quando isso acontece no Dakar, você precisa estar atento", observou Gibson.
A Dacia anunciou sua entrada no Campeonato Mundial de Rally-Raid (W2RC) a partir de 2025, com o Dakar como principal destaque. A formação da equipe inclui nomes de peso: além de Al-Attiyah e Loeb, Cristina Gutiérrez completa o trio de pilotos. A escolha desses competidores reflete a ambição da Dacia em se estabelecer como uma força competitiva no cenário do rally-raid.
O modelo Sandrider, desenvolvido para essa empreitada, é um protótipo que combina robustez e desempenho, características essenciais para enfrentar os desafios do Dakar. Embora os detalhes técnicos completos não tenham sido divulgados, sabe-se que o veículo foi submetido a testes rigorosos para assegurar sua competitividade nas condições extremas do rally.
Nasser Al-Attiyah expressou otimismo em relação à nova parceria e ao potencial do Sandrider. "Estamos prontos para o desafio e confiantes na capacidade do nosso carro e da nossa equipe", declarou o piloto. Sébastien Loeb compartilhou do entusiasmo, destacando a importância da preparação e da experiência acumulada nas competições anteriores.
Cristina Gutiérrez, que já possui experiência no Dakar, vê na participação com a Dacia uma oportunidade de consolidar sua carreira. "Ofereço à Dacia minha dedicação e esforço, e espero demonstrar que a marca fez uma boa aposta por mim", afirmou a piloto espanhola.
O Rally Dakar 2025 promete ser uma edição desafiadora, com um percurso de quase 8.000 km, dos quais 5.000 serão cronometrados. A organização introduziu a separação de rotas para motos e carros em quase metade do trajeto, aumentando a complexidade da navegação e a segurança dos competidores. A Dacia, ciente das dificuldades que enfrentará, mantém uma abordagem cautelosa, focando em acumular experiência e assegurar a confiabilidade de seus veículos.
Em resumo, apesar da vitória inicial no Rallye du Maroc, a Dacia adota uma postura prudente para sua estreia no Dakar. A equipe está consciente dos desafios que a aguardam e busca equilibrar a ambição com a necessidade de aprendizado e adaptação às exigências da competição mais rigorosa do rally-raid mundial.
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